OFICINAS

OFICINAS VIRTUAIS (OFV'S)

OFV 01: Conjecturas de resistências na (in)visibilidade das mulheres diversas: interlocuções das relações gênero, sexualidades e direitos humanos na educação

Proponentes: Suellen Peixoto de Rezende; Nayla Flavianne Borges Carvalho França (Discentes do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Goiás - Mestrado e Doutorado)

Data: 4 de maio de 2022 - 8h às 10h

Apresentação: Considerando os recentes debates sobre a inserção das discussões de Gênero em sala de aula, propõe-se com essa oficina a criar esclarecimentos sobre tal tema, no intuito de trazer possíveis diálogos com as novas diretrizes sociais e vá de encontro aos Direitos Humanos e a extinção de qualquer tipo de preconceito na prática docente. No intuito de trazer à luz discussões de Gênero e Diversidade na Escola, Louro (2006) "não bastarão leis, se não houver a transformação de mentalidades e práticas, daí o papel estruturante que adquirem as ações que promovam a discussão desses temas, motivem a reflexão individual e coletiva e contribuam para a superação e eliminação de qualquer tratamento preconceituoso. Ações educacionais no campo da formação de profissionais, como o curso Gênero e Diversidade na Escola, são fundamentais para ampliar a compreensão e fortalecer a ação de combate à discriminação e ao preconceito"). A categoria de Gênero, conforme Joan Scott (1995), nos possibilita observar as relações de poder categorizadas na sociedade através de como as diferenças sexuais foram percebidas e hierarquizadas, realocando os corpos aos seus "lugares" "masculinos e femininos" absolutos e "naturais", construindo expectativas e formulando práticas normalizadoras da sexualidade (FOUCAULT, 1976). A consolidação desse campo de estudos possibilitou a visualização de inúmeros protagonismos silenciados historicamente e narrativas ditas "oficiais" (PERROT, 2005). Os movimentos de insurgência e resistência negra, das mulheres em suas múltiplas localizações (indígenas, negras, periféricas, quilombolas, trabalhadoras, camponesas, queeer, decolonial, reivindicam narrativas para as existências de múltipxs sujeitxs, bem como políticas públicas e pedagogias engajadas com a transformação dessa realidade (hooks, 1994; 2015). Procuramos compreender como a prática política de invisibilização de diferentes identidades durante a Ditadura Civil-Militar e nos processos de dedemocratização favoreceram para a marginalização e silenciamento de pessoas que não se adequavam as normas de gênero e sexualidades ditas "naturais" (GREEN, QUINALHA, 2018). Apontando para a normalização de uma tradição autoritária no campo dos costumes, que continua influenciando as políticas educacionais na atualidade. Buscamos, com isso, problematizar como as práticas educacionais escolares e o ensino de história, tem ao longo do tempo, reforçado a heterossexualidade, entendida como sistema de poder (Rich 2010) e (Wittig 1980). Propomos o deslocamento da narrativa histórica tradicional, baseada na análise política, para uma análise cultural das estratégias de existências e visibilidades de mulheres diversas. Buscando a construção de outras formas de educação histórica que se baseiem na pluralidade e nos Direitos Humanos. Refletiremos e proporcionaremos um espaço de afeto, utilizaremos a poesia visual como metodologia, de acordo com Menezes (1998) a poesia visual utiliza recursos fora do texto versificado tradicional, escrita que se liga a um mundo em transformação para dialogar tais silenciamentos e vivências de (in) visibilidades Bourdieu (1988) e legitimação masculina, atravessando epistemologias feministas, estudos sobre as relações de gênero, protagonismos de mulheres diversas, narrativas de sujeitxs insubmissxs e subalternizadxs, como resistências e reexistências insurgentes, problematizando as vozes silenciadas de diferentes mulheres.


OFICINAS HÍBRIDAS (OFH'S)

OFH 02: Ensino de História e o Lúdico na Proposta Étnico-Racial desde a Educação Infantil

Proponentes: Kalyna Ynanhiá Silva de Faria (Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação - Cepae/UFG); Tales Damascena de Lima (SEDUC, IFgoiano)

Data: 3 e 4 de maio de 2022 - 8h às 10h

Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás e Plataforma Microsoft Teams.

SALA FÍSICA:

03/05 - 8:00 - 10:00 - sala 207 

04/05 - 8:00 - 10:00 - sala 202

 Apresentação: 

TEMÁTICAS: As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Conceito de Etnia. Racismo, Colonialismo e Decolonialismo e seus impactos na Educação e no ensino Decolonial de Geografia, Língua Portuguesa, Literatura e na História. Palavras-chave: Educação Antirracista; Leis 10.639/2003 e 11.645/2008; Interdisciplinaridade.

INTRODUÇÃO: A proposta do minicurso/oficina é dialogar com as Leis Federais 10.639/2003 e 11.645/2008 a partir do contexto histórico e geográfico mediado pela linha de tempo e os processos que contribuíram para a efetivação e criação das referidas Leis, estendendo-as às práticas contemporâneas para uma educação antirracista como ferramenta de resistência aos diferentes silenciamentos e, de maneira interdisciplinar, contemplar a educação regular, ensino superior e comunidade em geral. Data: 3/05 e 04/05 - 8:00h-10:00h Público alvo: professores de diferentes níveis de ensino, profissionais liberais e comunidades em Geral.

OBJETIVO: Capacitação de profissionais da educação, possibilitando umas ações para a pratica pedagógica de uma educação antirracista nas diferentes esferas do ensino regular ao superior.

EMENTA: Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira e indígena no ensino regular ao superior, como marcos jurídicos para o reconhecimento da importância cultural e histórica desses povos para o Brasil; As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais; Conceito de Etnia. Racismo, Colonialismo, Decolonial e seus impactos na Educação e no ensino de Geografia, Língua portuguesa Literatura e História. A educação antirracista e sua reconfiguração histórica e territorial bem como suas práticas sociais. Isto posto, entendemos que os trabalhos que discutem os currículos - e seus arranjos - para uma educação antirracista, democrática, respeitadora de todos os segmentos da sociedade, que visualizem esforços para adquirir recursos adequados para solucionar problemas étnico-raciais. Consequentemente, as práticas pedagógicas que resultarão no currículo e que devem provêm devem ser envolventes e significativas. Para aprender, as crianças precisam ter seus desejos, suas vidas, suas histórias e sua cultura consideradas. Pesquisas que promovam o reconhecimento da tríade aluno x professor x família como uma entidade histórica, social e cultural de suas interações e filiações, e que o currículo - entendido como um conjunto de práticas pedagógicas - deve ser desenvolvido a partir dessas interações. Nesse sentido, a partir do entendimento de que o currículo pode ser uma forma de trabalhar questões como preconceito, discriminação, racismo, violência, diversidade cultural, a educação se tornará um elemento indispensável no combate às desigualdades sociais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9. 394, de 20de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília/DF.

BRASIL. Lei 11.645/08 de 10 de março de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília/DF.

BRASIL, Ministério da Educação/Secad. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica. Brasília/DF: 2004.

CARBONELL, Jaume. Pedagogias do século XXI: bases para a inovação educativa. Tradução: Juliana dos Santos Padilha: revisão técnica: Luciana Vellinho Corso. 3. Ed. - Porto Alegre: Penso, 2016.

CAVALLEIRO, Eliane (orgs) Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.

FILHO, Guimes Rodrigues; PERÓN, Cristina Mary Ribeiro. (Orgs) Educação e Racismo. Contribuições para a implementação da Lei 10.639/03. Uberlândia: EDUFU.2011

HOOKS, Beel. Olhares negros: raça e representação/Bell Hooks; tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Efefante,2019. 356p.

LIMA, Heloisa Pires. A semente que veio da África. São Paulo: Salamandra, 2005.

MUNANGA, Kalengele. Negritude: usos e sentidos/ Kabengele Munanga. 3.ed.1reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012. (Coleção Cultura Negra e Identidades).

RIBEIRO Djamila. Pequeno Manual Antirracista.1 a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. ISBN 978-85-359-3287-4

ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque Pedagógico afro-brasileiro. 3ªed. Belo Horizonte: MAZZA Edições, 2011. P.168

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria dos Centros Educacionais Unificados. Mancala Awelé.

São Paulo; SME/ COCEU, 2020. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/12/Miolo-e-Capa-Mancala-WEB.pdf

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Orientações Curriculares: expectativas de aprendizagem para a educação étnico-racial na educação infantil, ensino fundamental e médio/ Secretaria Municipal de Educação - São Paulo: SME / DOT, 2008

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da Cidade: Ensino Fundamental: componente curricular: Matemática. - 2. ed. - São Paulo: SME / COPED, 2019. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-


OFH 03: Uma experiência estética no centro de Goiânia: arte, história pública e ambientalismo na obra de Wes Gama

Proponentes: Ana Beatriz Bernardes (Graduada em História pela Universidade Federal de Goiás)

Data: 3 e 4 de maio de 2022 - 8h às 10h

Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás  e Plataforma Microsoft Teams

SALA FÍSICA:

03/05 - 8:00 - 10:00 - sala 208

04/05 - 8:00 - 10:00 - sala 203

Apresentação: 

A estética arquitetônica de Goiânia originalmente é inspirada no art decó francês, que foi escolhido para ornamentar a nova capital nos anos 1930 pela aura de modernidade e avanço. O que acontece a partir disso é que as gerações que nasceram em Goiânia cresceram com o decó como algo que sempre esteve ali, não foi construído através da cultura ancestral daquele território ao longo da sua história. O decó foi escolhido para representar o novo povo goianiense, não foi um estilo artístico construído e representativo do próprio povo goianiense.

Tema e objetivos

Essa oficina se centrará na obra mural de Wes Gama como representação orgânica do passado, presente e futuro do povo goiano/goianiense. Busco com essa oficina propor como os historiadores e professores podem trabalhar a história de Goiânia a partir da Arte e da História Pública. Para isso traçarei um breve panorama da ocupação desse território e do projeto da cidade sob uma perspectiva ambiental, ou seja, o trato tido com a natureza e seus "recursos" abióticos e bióticos; junto a isso buscarei realizar uma análise do trabalho do artista goiano Wesley Gama, ou Wes Gama, como este mesmo assinou pelo estado, em especial o recente mural Andança, que cobre a lateral do edifício Alencastro Veiga, em 780 metros quadrados de puro encantamento.

Diálogos teóricos/metodológicos

As referências teóricas são variadas, dado a amplitude e os diversos temas relacionados. Vou dialogar com a produção da professora Valéria Cristina Pereira da Silva (IESA-UFG) no que tange à compreensão das cidades-planejadas e da paisagem urbana de Goiânia, além de Glória Diógenes (et al) sobre arte urbana; com Carlos Marés (PUC-PR) sobre a socioambientalismo, modernidade e o meio ambiente, além da tese de doutorado de Carlos Christian DellaGiustina (UnB) sobre a história ambiental de Goiás; vou dialogar bastante com Rüsen e algumas de suas ideias sobre as problemáticas da modernidade - tais como identidade, diversidade e novo trato com a natureza, que estão presentes na obra de Wes Gama; a base de história Pública e vem de Michael Frisch e seu conceito de autoridade compartilhada; e, por fim, como base para analisar a arte de mural, sua história e impactos trago alguns textos da revista Convocarte da Universidade de Lisboa, em especial a número 1 que tem como foco a Arte Pública, o mini manual da Arte Guerrilha Urbana do Coletivo Aparecidos Políticos, assim como as postagens feitas no próprio instagram do artista @wesgama e sua produtora @valenta_brasil.

Para realizar a correlação desses temas procurarei seguir a seguinte linha de pensamento: A história da ocupação do território hoje chamado de Goiás, vem de um projeto de exploração e violências tanto com as pessoas quanto com o meio ambiente. Algo que se manteve ao longo dos séculos e definiu não só uma cultura sertaneja por sobre uma mineradora, como também concretizou o poder político e social na mão desses grandes proprietários de terra. Tanto a cultura sertaneja do trabalhador braçal, marcado pela religiosidade católica e que vive da terra, tanto a ancestralidade indígena pré colonizadora está na obra de Wes Gama como a representação da ancestralidade goiana - isso se mostra em suas cores, traços firmes e expressivos, cenários exuberantes com representação da fauna, flora local, além dos personagens sempre da pele mais escura marcados pela miscigenação e o trabalho ao sol.

O que acontece com as obras Mãe Iara, Sapiência e Andança, é que não são simples telas feitas em ateliê que ficarão em museu. São obras enormes, verdadeiras peças de arte em céu aberto, que não só foram feitas para ficar em público mas aos olhos desse mesmo público, aproximando a população tanto do significado final da arte, como do fazer artístico em si. Os murais fazem o que o art decó era incapaz: mostrar a energia e memória goianiense, suas cores, princípios e problemáticas. Wes gama consegue a partir de sua obra não só criticar a forma como a natureza tem sido explorada, mas apontar a partir de seus personagens, o caminho da preservação, demarcação e do socioambientalismo. E, como bônus, mostrar uma escola artística verdadeiramente goiana, e não uma inspiração superficial francesa.

Programa resumido

A oficina será dividida em seis módulos, três no primeiro e três no segundo dia:

1. Diálogo em roda apresentando o mural e outras obras do artista: buscarei trazer perguntas iniciais para provocar o diálogo sobre as opiniões iniciais;

2. Apresentar algumas questões sobre a ocupação do estado, os sertanejos e a violência ambiental. Apresentar o manifesto feito por Wes Gama e a produtora Valenta sobre o movimento Manifesto Urbano, do qual os murais analisados fazem parte;

3. Em seguida, a partir do que foi discutido, conduzir uma análise iconográfica demonstrando a possibilidade de usar tais mídias na docência;

4. Retomar os usos em sala de aula de murais e iniciar uma discussão em roda sobre a ocupação do centro de Goiânia.

5. A partir dessa discussão, apresentar outros murais verticais no Brasil, com breves pontuações históricas. Finalizarei apresentando essa possibilidade de pesquisa de interdisciplinaridade e correlação entre a História Pública e Arte Pública.

6. Uma possibilidade de encerramento seria terminar um pouco mais cedo do horário previsto no cronograma do evento, para fazer uma visitação aos murais estudados e almoçar no tradicional Restaurante Popular na rua 72 no centro, fazendo um circuito que sai da Praça Cívica e desce a avenida Goiás, entrando na rua 3 para ver os murais, e seguindo novamente a Goiás até a rua 72 onde se localiza o restaurante. Esse roteiro será apresentado e discutido no primeiro dia com os presentes a fim de ter a opinião e predisposição de todos levada em consideração.

Referências bibliográficas

ABREU, José Guilherme. As origens históricas da Arte Pública. Convocarte. Lisboa, n. 1, dez. 2015. ISSN 2183-6973

DELLA GIUSTINA, Carlos Christian. Degradação e conservação do cerrado : uma história ambiental do estado de Goiás. 2013. 210 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável)-Universidade de Brasília, Brasília, 2013

DIÓGENES, G. et al. As cidades e as artes de rua: linhas texturas, cores e formas. Revista de ciências sociais. Fortaleza, v.47, n.1,p. 11-24, jan./jun. 2016.

FRISCH, Michael. A História Pública não é uma via de mão única: ou De: A Shared Authority à cozinha digital, e vice-versa. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; SANTHIAGO, Ricardo (org). História Pública no Brasil: Sentidos e Itinerários. São Paulo. Letra e Voz. p. 57-69, 2016.

MARÉS, Carlos. De como a natureza foi expulsa da modernidade. Revista de Direitos Difusos. São Paulo, v. 68, n.2, dez. 2017.

MOURÃO, A. de B. et al. Minimanual da arte guerrilha urbana. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2015.

RÜSEN, Jörn. Forming Historical Consciousness - Towards a Humanistic History Didactics. Antíteses, v. 5, n. 10, p. 519-536, jul./dez. 2012.

TRINDADE, Mauro. A filha bastarda da arte. Convocarte. Lisboa, n. 1, dez. 2015. ISSN 2183-6973

SILVA, Valéria C. P. Goiânia, Brasília e Belo Horizonte: paisagens sensíveis e imagens culturais. Caminhos da Geografia. Uberlândia, v. 20, n. 70, jun. 2019.

_______________.A construção da temporalidade e as novas sensibilidades em Goiânia: Imaginário e Literatura. Ateliê Geográfico. Goiânia, v. 14, n. 01, abr. 2020.

Associação Nacional de História - ANPUH GO
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