MINICURSOS
MINICURSOS VIRTUAIS (MCV'S)
MCV 01: O RPG e o Ensino de História: possibilidades investigativas e análise de experiências a partir da Cognição Histórica
Proponentes: Adriel de Oliveira Dias (Mestrando PPGH/UFG); Caio Cobianchi da Silva (Doutorando PPGHist UFMT)
Data: 3 de maio de 2022 - 8h às 10h
Apresentação: Devido ao isolamento social e às carências educacionais enfrentadas no Brasil contemporâneo, é interessante trilharmos alguns caminhos pouco percorridos nas pesquisas da Educação Histórica: a utilização do RPG como instrumental e sua aplicação a partir do ciberespaço. A princípio, a escolha pode parecer inviável, mas as estratégias adotadas sinalizam para questões que não são facilmente evidenciadas a partir dos métodos tradicionais de ensino, como, por exemplo, o fator da emoção que media a função de orientação do pensamento histórico, influindo na vontade do agir e no motivo do pensar (RÜSEN, 2015). Desde meados da década de 1990, o RPG (role-playing game), traduzido livremente como Jogo de Interpretação de Papeis, vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, a partir de sua popularização com as publicações dos sistemas de regras, livros de campanha e manuais. O jogo vem despertando interesse na comunidade acadêmica, tem sido objeto de estudo e utilizado por professores/pesquisadores para lidar com múltiplas questões pedagógicos. Dentre as quais podemos citar: a) estratégia para enfrentar as questões de aulas não atrativas e pouco cativantes para os educandos (MARCATTO, 1996); b) análise das formas de apropriação de textos literários por parte dos jogadores de RPG e como atividade que estimula a produção textual (RODRIGUES, 2004); c) forma lúdica, facilitadora e capaz de auxiliar na empatia histórica para a compreensão de contextos e ações dos agentes históricos (MENDES; BOECHAT, 2019); valorização da História regional e da aprendizagem do conceito de escravidão (CARNEIRO, 2021); d) artefato da cultura histórica, capaz de mobilizar ideias históricas e gerar orientação temporal (SILVA, 2021). A proposta do minicurso: "O RPG e possibilidades no Ensino de História e nas investigações da Cognição Histórica", será encaminhado por meio virtual, no dia 03/05, das 8 às 10 horas. Objetivamos abordar questões básicas para: (I) compreensão das características do jogo e (II) dos diferentes usos no Ensino de História; (III) análise como artefato da cultura histórica. Também propomos a utilização do (IV) RPG como instrumental para análise das operações cognitivas dos educandos, as mobilizações dos conceitos substantivos ou epistemológicos feita pelos discentes frente aos Eventos que tratam da desumanização no Brasil Contemporâneo.
MCV 03: Múltiplos agentes da história - O Ensino de história na EJA
Proponentes: Cláudio Borges da Silva; Harian Pires Braga (Prefeitura Municipal de Campinas e UNICAMP)
Data: 3 e 4 de maio de 2022 - 8h às 10h
Apresentação: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade do Ensino Básico que possui características próprias pelos seus objetivos, mas também pelo público que a compõe. Quanto aos objetivos temos um processo pedagógico que deve possibilitar a retomada de estudos e garantir a uma ampla população o direito à educação de qualidade, independentemente da idade. Quando focamos no público, deparamos com uma diversidade etária, social, de gênero, de saberes, mas também de sonhos e de trilhas a serem traçadas. (Dessa multiplicidade nasce uma relação em que a suplência, a redução de conteúdos e a reprodução do ensino regular sejam lógica). A consideração dessa diversidade identitária dos/as alunos/as da EJA nos processos formativos supõe a superação da lógica da suplência (na qual os tempos e espaços e a organização dos cursos regulares voltados para crianças e adolescentes são a referência); pelo contrário é necessário que se pense uma maneira de garantir tanto o respeito aos saberes prévios quanto a construção de um ensino que seja crítico e que amplie a leitura de mundo, como muito bem assinalou Paulo Freire. Para o Ensino de História (temos que pensar em) é importante abordarmos temas que sejam relevantes para o cotidiano desses/dessas estudantes, mas que também dialoguem com um saber escolarizado que agregue capital simbólico. Olhares para o Mundo do Trabalho, para a História do Tempo Presente e para uma História local são (passos) perspectivas interessantes para a constituição de um currículo que seja contextualizado, que promova diálogos entre passado e presente e não um currículo identificado com um rol de conhecimentos estanques e pré-dados. (não apenas mnemônico). As abordagens do ensino de História na EJA não podem desconsiderar que há um saber histórico que perpassa diferentes momentos, tão pouco deve focar seu eixo central numa abordagem eurocêntrica, por isso a importância da contextualização, já assinalada, precisa articular-se com debates em sala e com uma constante leitura de fontes, nas suas mais diferentes possibilidades: textos, imagens, audiovisual, objetos, relatos orais. A proposta deste minicurso é compartilhar e debater algumas práticas pedagógicas do Ensino de História na EJA, destacando vivências experimentadas na Rede Municipal de Campinas, em sala de aula, mas também em espaços de formação continuada de docentes da EJA. Para isso, apresentaremos um panorama de como o Ensino de História pode ser visto na EJA, os marcos teórico-metodológicos da Diretrizes Municipais de EJA do município de Campinas e algumas sequências didáticas utilizadas. Nos dois encontros os momentos de partilha com as/os cursistas estão previstos como maneira de pensar as práticas pedagógicas, tendo como referências concepções da História e seu ensino, assim como, concepções sobre a função social da escola para jovens e adultos trabalhadores. Parte das vivências tenta trazer também debates e desafios envolvidos na inclusão digital e no chamado ensino híbrido, perspectivas que ganharam destaque e foram amplamente difundidas no contexto da (postos pela atual) Pandemia de Covid-19
Cronograma
1º Dia (terça-feira, 3/5):
Apresentação geral;
Visão possível sobre a EJA e jovens e adultos;
Referenciais teórico metodológicos para o Ensino de História na EJA;
Discussão
2º Dia (quarta-feira, 4/5):
O uso de recortes temáticos em sala de aula;
Articulação da História com outras disciplinas;
Experiências de participação e democracia em sala de aula e na escola;
Ensino em tempos pandêmicos - uso de novas mídias nas relações pedagógicas;
Discussão
Referências
ARROYO, Miguel Gonzáles. Passageiros da noite - Do trabalho para a EJA: Itinerário pelo direito a uma vida justa. Petrópolis: Vozes, 2017.
BRASIL, Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica. Resolução nº 1, de 28 de maio de 2021. Brasília: Diário Oficial da União, ed.102, 1 de jun. de 2021. Seção 1 p.108.
CAMPINAS. Secretaria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares de EJA. Campinas: SME, 2013.
CATTELI Jr., Roberto. O não-lugar da Educação de Jovens e Adultos na BNCC. IN:CATALLI Jr.; CÁSSIO, Fernando (orgs.) Educação é a Base? 23 Educadores discutem a BNCC. São Paulo: Ação Educativa, 2019. Parte III, p. 313-18. CHARLOT, B. Os jovens e o saber. Perspectivas mundiais. Porto Alegre: Artmed, 2001
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2020
GIOVANETTI, Maria Amélia G. C. A formação de educadores de EJA: o legado da Educação Popular. IN: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia G. C; GOMES, Nilma Lino. Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
HADDAD, Sérgio (coord.). Novos caminhos em Educação de Jovens e Adultos - EJA. Um estudo de ações do poder público em cidades de regiões metropolitanas brasileiras. São Paulo: Global, 2007.
PIERO, Maria Clara del. Um balanço da evolução recente da educação de jovens e adultos no Brasil. IN: Construção coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos. Brasília: UNESCO, MEC, RAAAB, 2005.
Vocacional: uma aventura humana. Direção: Toni Venturi. Brasil, 2011, 1 vídeo, (77 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ircyREuDr9Y. Acesso em: 9 fev. de 2017.
MCV 04: Tecnologias digitais e Educação Histórica: os usos dos games/jogos no ensino de história
Proponente: George Leonardo Seabra Coelho (Programa de Pós-Graduação em História das Populações Amazônicas - PPGHispam-UFT)
Data: 3 e 4 de maio de 2022 - 8h às 10h
Apresentação: Esse minicurso pretende discutir as Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDIC) no Ensino de História. Para tanto, abordaremos as concepções de tecnologias digitais, mídias digitais e democracia tecnológica, assim como, suas apropriações no processo ensino-aprendizagem de História na Educação Básica. Para o encaminhamento das discussões, faremos um breve histórico sobre pesquisas e utilização de jogos eletrônicos no ensino e as perspectivas de sua utilização para a Educação Histórica. Frente à apropriação das tecnologias digitais no ensino, debateremos a utilização dos games, jogos de tabuleiro no ensino de História, assim como, apresentaremos aplicativos (software) para a criação, desenvolvimento e produção de jogos de tabuleiros e/ou cartas. Com duração de 12 horas, este minicurso pretenderá debater as possibilidades da relação entre as tecnologias digitais, lúdico e o ensino de História. Justificativa: Com o surgimento da web na década de 1980 e a maior popularização da internet a partir do início do século XXI, houve um aumento exponencial do acesso à informação através das tecnologias e mídias digitais. Essas tecnologias digitais também viabilizaram a comunicação entre as pessoas e, entre as pessoas e as instituições, o que Manuel Castells (2002) chama do processo de criação de uma Sociedade em Rede. Com o acesso e uso ampliado das mídias e tecnologias digitais, criou-se novas necessidades, despersonalizaram-se e, ao mesmo tempo, reformularam-se as relações sociais, alterando o comportamento e a cultura das sociedades imersas no mundo digital. Para além das preocupações referentes à utilização dessas tecnologias digitais, das formas como foram inseridas nos imaginários sociais e das formas como vêm modificando as relações sociais, suas utilizações em ambientes escolares têm provocado debates por parte de estudiosos de diversas áreas, especialmente no campo do Ensino de História e da Educação Histórica.
Objetivos:
Nossos objetivos serão:
a) discutir as possibilidades da incorporação das tecnologias digitais e games no Ensino de Histórica na Educação Básica;
b) problematizar a incorporação do lúdico pelas tecnologias digitais no Ensino de História;
c) apontar possibilidades de produção de material didático com suporte das Tecnologias Digitais.
d) desenvolver arcabouço metodológico eficiente para mediação e aplicação de ferramentas lúdicas de ensino com custos e necessidades compatíveis com a realidade das escolas públicas brasileiras em zonas periféricas, de maneira a descentralizar o ferramental teórico e combater a elitização pedagógica no campo lúdico.
Atividades:
1º dia (2 horas): Para discutir a questão das Tecnologias Digitais lançaremos mão das contribuições de Andrew Feenberg (2010) e Pierre Levi (1999).
2º dia (2 horas): Apresentaremos software (Corel Draw e Photoshop) para a criação, desenvolvimento e produção de jogos de tabuleiros e/ou cartas.
MINICURSOS HÍBRIDOS (MCH'S)
MCH 05: O pensamento historiográfico estadunidense na primeira metade do século XX
Proponente: César Henrique Guazzelli e Sousa (UFG/SME-Goiânia)
Data: 3 e 4 de maio de 2022 - 8h às 10h
Escola de Formação de Professores e Humanidades da PUC Goiás e Plataforma Microsoft Teams.
SALA FÍSICA:
03/05 - 8:00 -10:00 - sala 206
04/05 - 8:00 -10:00 - sala 201
Apresentação: Esse minicurso busca apresentar as principais vertentes do pensamento historiográfico dos Estados Unidos desde a consolidação da história profissional no ambiente acadêmico estadunidense no final do século XIX até a primeira metade do século XX. Serão apresentadas em linhas gerais a hipótese teutônica de Herbert Baxter Adams; a tese da fronteira de Frederick J. Turner;os American Studies; a Consensus History e a Myth and Symbol School. Buscaremos demonstrar como os historiadores estadunidenses do recorte aqui proposto buscaram interpretar a história nacional a partir de categorias e debates marcadamente distinto daqueles encontrados na França e Alemanha, apresentando aos cursistas uma escola do pensamento historiográfico ainda pouco divulgada no Brasil.